Criptomoedas e sanções da UE: novas medidas contra desinformação

As criptomoedas tornam-se o foco das mais recentes sanções impostas pela União Europeia (EU) contra atividades de evasão de restrições, financiamento ilícito e a disseminação de desinformação pró-russa.

Uma decisão estratégica, tomada na terça-feira, introduz ações direcionadas que enfatizam tanto os indivíduos quanto as infraestruturas financeiras digitais associadas a esses fenómenos.

Sanções da UE sobre criptomoedas e suas motivações

A União Europeia adotou novas sanções a nove indivíduos e seis entidades envolvidas na utilização de Cripto para contornar restrições, canalizar fundos e intensificar a propaganda pró-russa e a interferência eleitoral.

Este pacote de medidas representa um salto em frente nas estratégias europeias, uma vez que vai além do bloqueio de indivíduos ou plataformas: agora, os fluxos de financiamento que alimentam operações de influência a longo prazo são diretamente alvo.

A escolha da UE indica uma mudança estratégica: a luta contra redes de financiamento eletrônico criminoso é um sinal de firmeza contra a interferência sistêmica.

Num período de crescente tensão geopolítica, e a poucos meses das eleições presidenciais de 2024 nos EUA e das consultas europeias e moldavas, a decisão insere-se num quadro de prevenção ativa da interferência eleitoral.

Uma figura chave nesta ronda de sanções é Simeon Boikov, conhecido como AussieCossack. De acordo com relatos, Boikov desempenha um papel central na disseminação de desinformação pró-russa a nível internacional.

Um episódio particularmente significativo diz respeito à sua responsabilidade na divulgação de um vídeo fabricado sobre suposta fraude eleitoral na Geórgia durante as eleições dos Estados Unidos de 2024, destinado a semear dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral.

De acordo com um relatório da TRM Labs, Boikov angariou fundos utilizando vários canais, incluindo doações em dinheiro e cripto.

Fator agravante: o personagem principal alegadamente usou exchanges russas de alto risco, sem verificações de KYC (Know Your Customer), e recebeu transferências de serviços e mercados de cash-to-crypto ligados ao darknet.

Isto torna ainda mais urgente o monitoramento e o combate às ferramentas digitais usadas para financiar propaganda e desinformação em uma escala global.

O papel das empresas: o caso da A7 OOO e a interferência na Moldávia

As novas medidas da UE também visam entidades como a A7 OOO, uma empresa envolvida em práticas de manipulação eleitoral na Moldávia.

Fundada pelo oligarca moldavo Ilan Shor, a empresa se destacou por sua capacidade de influenciar as eleições presidenciais da Moldávia de 2024 e o referendo sobre a adesão à União Europeia, por meio da compra de votos.

Estima-se que A7 OOO facilitou a transferência de um bilhão de dólares de bancos moldavos, demonstrando a amplitude e sofisticação das operações que exploram circuitos financeiros digitais para atividades de desestabilização política.

Em paralelo, o Reino Unido também impôs sanções à A7 OOO por razões semelhantes.

A empresa está diretamente associada a uma stablecoin atrelada ao rublo, chamada A7A5, que surge como o principal vetor de transações na plataforma Grinex, a sucessora da exchange Garantex, outra plataforma russa sujeita a restrições internacionais.

De acordo com a TRM Labs, o uso da stablecoin A7A5 faz parte de uma estratégia para expandir os pagamentos transfronteiriços, desenvolvida após a invasão russa da Ucrânia.

As plataformas Grinex e A7A5 estão supostamente ligadas às operações de importação de bens de uso dual da China para a Rússia, através de rotas da Ásia Central.

Estes bens incluem materiais e tecnologias que podem ser utilizados tanto em campos civis como militares – com riscos de utilização em sistemas de armas ou de vigilância – cuja exportação é estritamente regulamentada a nível internacional.

O uso sofisticado de criptomoedas, mesmo através de mercados alternativos e plataformas não regulamentadas, representa um desafio crescente.

Ferramentas como stablecoin e bolsas de valores que carecem de transparência facilitam não apenas transferências financeiras ocultas, mas também a contornação de restrições sobre materiais sensíveis, complicando o monitoramento internacional de bens que poderiam também alimentar programas de alta e baixa.

Uma resposta cada vez mais complexa às operações de influência

A Unione Europeia demonstra a disposição para intervir na área dos fluxos financeiros digitais, visando não apenas indivíduos e empresas envolvidos, mas também as ferramentas e redes que permitem a perpetuação de campanhas de influência e desinformação.

Além disso, existe uma crescente coordenação transfronteiriça entre a UE e os seus parceiros, como o Reino Unido, para conter tentativas de desestabilização através de Cripto e infraestruturas financeiras inovadoras.

Atenção aumentada aos fluxos de financiamento pró-russos

Sanções a indivíduos-chave de desinformação digital

Monitorização de ativos digitais utilizados para a evasão de restrições

Coordenação internacional em atividades cripto de alto risco

A imagem que emerge destaca como as instituições europeias iniciaram uma transição de focar em operadores individuais para estratégias mais complexas destinadas a bloquear redes e tecnologias financeiras como um todo.

Um panorama em rápida mudança, onde a arquitetura das sanções se torna mais dinâmica e responsiva às rápidas mudanças nas tecnologias financeiras digitais. No final das contas, as recentes sanções da UE contribuem para impactar significativamente as estratégias de evasão e as infraestruturas que suportam a desinformação e as operações de influência.

Um passo decisivo que estabelece as bases para uma resposta europeia mais estruturada e coordenada contra ameaças digitais e financeiras emergentes, sugerindo a necessidade de inovação constante na regulamentação e controlo dos fluxos de Cripto a nível global.

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