Blockchains representam uma nova camada de liquidação e propriedade, que é por natureza programável, aberta e global, criando oportunidades inéditas para o empreendedorismo, inovação e desenvolvimento de infraestrutura. O aumento dos endereços cripto ativos mensais segue um ritmo semelhante ao da internet na busca pelo primeiro bilhão de usuários; o volume transacionado via stablecoins já supera as cifras das moedas fiduciárias tradicionais; projetos de lei e normas finalmente começam a responder ao cenário atual, enquanto empresas do setor cripto são adquiridas ou realizam IPOs.
O alinhamento entre maior clareza regulatória e pressão competitiva — aliado às comprovadas vantagens de negócio e à maturidade técnica dos blockchains — criou um senso de urgência no setor financeiro tradicional (TradFi) para incorporar essa tecnologia como infraestrutura fundamental. Bancos e demais players estão redescobrindo o potencial dos blockchains para transferências de valor transparentes e seguras, capazes de proteger suas operações e viabilizar novos mercados de crescimento.
Os times de liderança agora perguntam: não mais "se" ou "quando", mas "como" tornar os blockchains essenciais aos negócios. Essa questão estimula uma onda de pesquisas, alocação de recursos e redefinição organizacional. À medida que as instituições apostam de fato nesse segmento, destacam-se duas áreas cruciais:
Este playbook foi criado para apoiar essas decisões. Não faz um levantamento exaustivo de usos ou protocolos; serve como guia prático de implementação, mostrando decisões essenciais, padrões emergentes e posicionando blockchains não como moda passageira, mas como infraestrutura central — que, usada corretamente, pode fortalecer instituições TradFi e abrir novas alternativas de crescimento.
Bancos, gestoras de ativos e fintechs (inclusive o segmento conhecido como PayFi) variam na relação com usuários, restrições de sistemas legados e exigências regulatórias. Por isso, as seções a seguir foram estruturadas para oferecer uma visão prática e estratégica sobre como blockchains podem ser aplicados em cada caso e quais passos são necessários para transformar ideias em produtos funcionais.
Apesar do visual moderno, bancos operam sistemas muito antigos — em grande parte baseados em COBOL, linguagem criada nos anos 60, mas que ainda garante conformidade regulatória. O front-end dos bancos transforma cliques em comandos para esses programas legados. A tecnologia blockchain oferece uma solução para atualizar esses sistemas, preservando as exigências regulatórias.
Com a integração dos blockchains, bancos podem superar o modelo “livraria com site” e evoluir rumo à eficiência de plataformas como a Amazon, adotando bancos de dados modernos e padrões de interoperabilidade. Ativos tokenizados — stablecoins, depósitos ou títulos — terão papel central nos mercados de capitais do futuro. Adotar sistemas adequados para evitar a obsolescência é apenas o primeiro passo; é preciso liderar essa transformação.
No varejo, bancos buscam formas de oferecer exposição cripto aos clientes por meio de acesso a bitcoin e outros ativos, via corretoras afiliadas, em toda a experiência — seja indiretamente via ETPs ou, com a revogação da norma contábil SAB 121 da SEC, de modo direto. No entanto, há ainda mais potencial no segmento institucional, com três casos relevantes: depósitos tokenizados, atualização da infraestrutura de liquidação e mobilidade de colateral.
Depósitos tokenizados representam uma mudança estrutural em como o dinheiro dos bancos comerciais circula e funciona. Longe da especulação, esses depósitos — e tokens similares — já existem, como o JPMD da JPMorgan e o Token Services do Citi. Esses não são stablecoins sintéticas nem ativos digitais lastreados em títulos públicos; são tokens respaldados por moeda fiduciária, depositada em contas bancárias comerciais, representados 1:1 como ativos regulados e transacionados em blockchains públicas ou privadas com permissão.
Tokenizar depósitos reduz a latência de liquidação de dias para minutos ou segundos em pagamentos internacionais, gestão de tesouraria, financiamento comercial e mais. Os bancos ganham eficiência operacional, simplificam reconciliações e otimizam o uso de capital.
Bancos também reavaliam sua infraestrutura de liquidação. Diversos bancos de primeira linha participam de testes de liquidação em registros distribuídos, em parceria com centrais ou players nativos de blockchain, para resolver gargalos dos sistemas “T+2”. Por exemplo, a Matter Labs, controladora da zkSync (um Ethereum L2 otimizado por processamento offchain), colabora com bancos globais para implementação de liquidações quase em tempo real em pagamentos transfronteiriços e mercados de repo intradiários. O impacto envolve maior eficiência de capital, melhor uso de liquidez e diminuição de custos operacionais.
Blockchains e tokens também permitem que bancos movimentem ativos entre áreas, países e contrapartes com mais agilidade — o chamado “colateral móvel”. A Depository Trust and Clearing Corporation (DTCC), referência em clearing, liquidação e custódia nos EUA, lançou o piloto Smart NAV, voltado à tokenização de dados de Net Asset Value para melhorar a mobilidade de colateral. O projeto mostrou que colateral pode se comportar como dinheiro líquido e programável — não é só um avanço operacional, mas também estratégico. Maior mobilidade de colateral permite reduzir buffers de capital, acessar pools de liquidez e competir de modo mais eficiente nos mercados de capitais.
Para todos esses usos — depósitos tokenizados, renovação da infraestrutura de liquidação e colateral — bancos enfrentarão decisões-chave, começando pela escolha entre blockchain privada/permissionada ou pública.
Bancos eram impedidos de acessar blockchains públicas, mas novas orientações de reguladores como o OCC mudaram esse cenário. Parcerias, como a do R3 Corda com Solana, ilustram essa tendência ao possibilitar liquidar ativos do Corda diretamente na Solana.
Com os depósitos tokenizados, destacam-se escolhas essenciais para lançar produtos — da seleção da blockchain ao grau de descentralização. Embora existam vários modelos para escolher blockchains, construir sobre redes públicas descentralizadas traz diversos benefícios.
Em contrapartida, blockchains públicas centralizadas — nas quais proprietários podem impor regras ou bloquear aplicações — e aquelas sem programabilidade não se beneficiam da composability.
Embora blockchains ainda sejam mais lentos do que serviços de internet centralizados, o desempenho melhorou bastante nos últimos anos. Rollups L2 no Ethereum, como o Base da Coinbase, e blockchains L1 mais rápidos como Aptos, Solana e Sui, permitem enviar transações por menos de US$ 0,01 e com latência inferior a um segundo.
Bancos devem avaliar o nível de descentralização mais adequado para cada caso. O Ethereum prioriza que qualquer pessoa possa validar transações de forma independente. Já a Solana optou por exigir hardware mais sofisticado para validação, em troca de ganhos significativos de desempenho.
Também é importante analisar a influência centralizada, mesmo em redes públicas. Se uma fundação controla percentual relevante dos validadores da rede ou detém muitos tokens, pode influenciar decisões e diminuir a descentralização aparente.
Privacidade e confidencialidade são essenciais para operações bancárias, inclusive por força de lei. O avanço das provas de conhecimento zero permite proteger dados financeiros em blockchains públicas. Esses sistemas provam a posse de uma informação sem revelar detalhes, como comprovar que alguém tem mais de 21 anos sem expor a data de nascimento.
Protocolos de zero knowledge (como o zkSync) viabilizam transações privadas onchain. Para manter compliance, bancos precisam acessar e eventualmente reverter transações. Nesses casos, o “view key” desenvolvido pela Aleo (L1 confidencial) garante privacidade e permite fiscalização regulatória.
As extensões de token da Solana oferecem recursos para atendimento a compliance. L1s da Avalanche têm potencial exclusivo de implementar lógicas de validação via smart contracts.
Essas funcionalidades também são relevantes para stablecoins. Stablecoins já são a forma mais barata de transferir dólares globalmente, além de serem programáveis e extensíveis. Empresas podem integrar stablecoins a seus produtos e criar novas funções fintech. Com o GENIUS Act, bancos passam a demandar transparência nas transações e reservas das stablecoins. Empresas como Bastion e Anchorage possibilitam total transparência das reservas e transações.
Na definição de estratégia de custódia — quem guarda e gerencia ativos cripto — bancos costumam optar por parceiros especializados em vez de fazer a própria custódia. Alguns bancos guardiões, como State Street, avaliam oferecer serviços próprios.
Ao selecionar parceiros, bancos devem analisar licenças/certificações, postura de segurança e práticas operacionais.
Custodiantes devem seguir frameworks regulatórios, incluindo cartas bancárias ou de trust, licenças estaduais/federais de ativos digitais, e certificações como SOC 2. Coinbase, Fidelity (via Fidelity Digital Asset Services) e Anchorage atuam sob os respectivos frameworks regulatórios adequados.
No quesito segurança, custodiantes devem dispor de criptografia avançada, módulos HSM para proteger chaves digitais e processos MPC, que fragmentam chaves entre partes para maior segurança. Essas práticas reduzem riscos operacionais e cibernéticos.
Além disso, custodiantes devem aplicar segregação de ativos, provas transparentes de reservas e auditorias periódicas. Por exemplo, Anchorage utiliza autenticação multifatorial biométrica e distribuição das chaves para aprimorar governança. Ter planos robustos de recuperação garante continuidade.
E as wallets? Bancos veem as integrações com wallets como uma estratégia para competir com neobancos e exchanges. Para clientes institucionais, wallets são ferramentas profissionais para custódia, trading e liquidação. Para clientes de varejo, wallets estão embutidas na experiência, facilitando o acesso a ativos digitais. Ambas oferecem acesso seguro a stablecoins ou títulos tokenizados via chaves privadas.
Wallets de custódia e autocustódia diferem em níveis de controle e responsabilidade. Custodiadas são geridas por terceiros, que detêm as chaves dos usuários; autocustodia significa o próprio usuário gerindo suas chaves. Entender essa diferença é essencial para atender desde demandas institucionais reguladas até os anseios de autonomia de clientes sofisticados e praticidade para o varejo. Coinbase e Anchorage oferecem wallets adaptadas ao segmento empresarial; Dynamic e Phantom apoiam a modernização dos apps bancários.
Blockchains permitem às gestoras ampliar distribuição, automatizar operações de fundos e acessar liquidez onchain.
Fundos e ativos tokenizados criam novas embalagens que facilitam o acesso dos investidores globais, promovendo liquidação instantânea e negociação programável. No backoffice, trilhos onchain reduzem custos e agilizam processos, tornando os produtos mais competitivos.
Gestoras miram liquidez e distribuição ampliada dos produtos que captam mais capital nativo digital. Ao listar classes de ações tokenizadas em blockchains públicas, alcançam novos investidores, mantendo compliance dos registros. O modelo híbrido mantém conformidade, explorando mercados e funcionalidades exclusivas dos blockchains.
Tesouros tokenizados dos EUA e fundos de mercado monetário cresceram de quase nada para dezenas de bilhões em ativos via fundos como BUIDL da BlackRock e BENJI da Franklin Templeton. Essas soluções funcionam como stablecoins remuneradas com compliance institucional.
Assim, gestoras atendem investidores nativos digitais com flexibilidade via fracionamento e automação de ativos (como rebalanceamento automático ou tranches de rendimento).
Distribuição onchain fica mais sofisticada, com gestoras colaborando com emissores/custodiantes como Anchorage, Coinbase, Fireblocks e Securitize para tokenizar cotas de fundos, automatizar onboarding e ampliar alcance global.
Transfer agents onchain gerenciam KYC/AML, listas de investidores, restrições e cap tables via smart contracts, diminuindo custos legais e operacionais.
Custodiantes de referência garantem a segurança, transferibilidade e compliance das cotas, aumentando as opções de distribuição e conformidade.
Emissores querem transformar seus fundos em primitives DeFi, aumentando o TAM e o AUM. Ao listar fundos tokenizados em protocolos como Morpho Blue ou integrar com Uniswap v4, gestoras acessam liquidez onchain. BlackRock incluiu o BUIDL como colateral em Morpho Blue em 2024; Apollo fez o mesmo com o ACRED, criando estratégias de yield inéditas.
Ao adotar o DeFi, gestoras passam de distribuição lenta e cara para acesso direto à wallet, criando soluções mais eficientes para investidores.
Em RWAs tokenizados, gestoras já preferem estratégias multichain públicas para ampliar distribuição.
O fundo BENJI da Franklin Templeton é distribuído em Aptos, Arbitrum, Avalanche, Base, Ethereum, Polygon, Solana e Stellar. Parcerias com blockchains públicas elevam a liquidez pelo ecossistema de exchanges, market makers e protocolos DeFi. LayerZero simplifica estratégias omnichain.
O foco está na tokenização de ativos financeiros — títulos públicos, privados e ações, não imóveis ou ouro, apesar de também já existirem soluções para estes.
Em fundos tradicionais tokenizados — como fundos de mercado monetário lastreados em Treasuries — a diferença entre “wrapped” e “native token” é relevante, pois diz respeito à propriedade, controle de registros e integração blockchain. Enquanto o wrapped token prioriza compatibilidade legada, o native token viabiliza operações totalmente onchain. Exemplos:
Na emissão de fundos tokenizados, gestoras precisam transfer agents digitais para adaptar funções tradicionais ao blockchain. Muitas usam Securitize para emissão, transferência e compliance, otimizando a eficiência via smart contracts. Apollo, por exemplo, cria o ACRED (token wrapped do Diversified Credit Fund) com integrações DeFi via Securitize, inclusive o sACRED, que pode ser utilizado em estratégias de alavancagem.
Enquanto tokens wrapped requerem conciliação híbrida onchain/offchain, há iniciativas com transfer agents inteiramente onchain (como o BENJI da Franklin Templeton), permitindo liquidação instantânea e transferências 24/7. Opening Bell, parceria entre Superstate e Solana, também opera transfer agent onchain.
Sobre as wallets: gestoras devem dedicar atenção à escolha e integração, pois impactam adesão do investidor e compliance. Mesmo terceirizando emissão/distribuição, é essencial integrar APIs e parceiros alinhados ao produto.
Wallet-as-a-service é comum; são geralmente custodiais, com KYC e compliance automatizados. Mesmo que a wallet seja “do transfer agent”, gestoras precisam integrar APIs adequadas ao seu portal do investidor.
No operacional, decisões sobre automação de cálculos de NAV, potencial uso de smart contracts para transparência intradiária ou auditorias offchain para NAV final, dependerão dos ativos e do compliance do fundo. Resgates são outro ponto: fundos tokenizados permitem saídas rápidas, mas têm limitações para gestão de liquidez, e transfer agents geralmente orientam ou integram provedores como oráculos, wallets e custodiantes.
Como já mencionado, considere o status regulatório do custodiante, pois “Qualified Custodians” são exigidos pela SEC para proteger ativos.
Fintechs, especialmente em pagamentos e consumo (PayFi), utilizam blockchains para criar serviços mais rápidos, baratos e escaláveis. Em mercados onde inovação é decisiva, blockchains oferecem infraestrutura pronta para identidade, pagamentos, crédito e custódia, com menos intermediários.
Fintechs não querem replicar o sistema atual, mas sim superá-lo — tornando blockchains especialmente valiosos para casos transfronteiriços, finanças embutidas e dinheiro programável. Exemplos: cartões virtuais da Revolut para gastos cripto em compras diárias, ou as Contas Financeiras de Stablecoin da Stripe para empresas manterem saldo em stablecoins em 101 países.
Para elas, blockchains significam criar produtos que antes seriam impossíveis.
Tokenização permite pagamentos globais em tempo real diretamente onchain, além de novos serviços de taxa e movimentação de ativos. Tokens programáveis habilitam staking, empréstimos e liquidez nos apps, ampliando engajamento e receita. Assim, fidelizam clientes e atraem novos usuários.
Tendências centrais incluem stablecoins, tokenização e verticalização.
Pagamentos com stablecoins modernizam as trilhas, com liquidação 24/7/365, ao contrário dos sistemas tradicionais limitados por horários bancários, processamento em lotes e barreiras. Blockchains reduzem taxas de intermediários, FX e processamento, especialmente em P2P e B2B.
Com smart contracts, empresas criam modelos novos de monetização, integrando condições, reembolsos, taxas e divisão de valores nas transações. Stripe e PayPal podem se tornar emissores nativos e processadores de dinheiro programável.
Remessas globais ainda têm taxas e prazos elevados. Fintechs estão inovando ao usar stablecoins (ex.: USDC na Solana ou Ethereum, USDT no Bitcoin) para reduzir custos e prazos. Revolut e Nubank, por exemplo, usam Lightspark para pagamentos instantâneos pela Lightning Network do Bitcoin.
Ao utilizar wallets e ativos tokenizados em vez das trilhas bancárias, fintechs ganham controle e velocidade, principalmente em países com sistemas frágeis. Revolut e Robinhood se tornam plataformas globais de movimentação, além de neobanks ou apps de trading. Provedores internacionais de folha de pagamento, como Deel e Papaya Global, pagam colaboradores em cripto ou stablecoins, viabilizando pagamentos instantâneos.
Fintechs nativas em cripto lançam seus blockchains (L1s ou L2s) ou compram empresas do setor, reduzindo dependência de terceiros. Usar Base, Ink e Unichain — todos do OP Stack — equivale a possuir o sistema operacional e controlar a plataforma.
Lançando L2 próprios, empresas como Stripe, SoFi ou PayPal capturam valor no protocolo, potencializando produtos de interface. Chains exclusivas permitem customização, whitelisting, KYC, essenciais para casos regulados e clientes corporativos.
Lançar uma chain de pagamentos com o OP Stack (Ethereum L2) pode transformar o negócio, tornando-o aberto e colaborativo. Outros desenvolvedores e empresas podem contribuir, gerando receita.
Fintechs costumam começar com operações básicas (compra, venda, envio, recebimento e armazenamento de cripto) para poucos tokens, agregando outros serviços gradativamente. A SoFi, por exemplo, vai voltar ao trading cripto, após sair do segmento por exigências regulatórias. Permitir trading abre espaço para operações de remessa global e novas integrações, como lending onchain (modelo de empréstimo do Morpho com bitcoin na Coinbase), melhorando condições e transparência.
Criptofintechs como Coinbase, Uniswap, World lançaram blockchains para personalizar infraestrutura, reduzir custos e capturar valor do ecossistema. O Unichain, por exemplo, agrupa liquidez e melhora o DeFi. Essa verticalização também interessa a fintechs (exemplo: L2 da Robinhood), que assim aprimoram UX e internalizam valor. Para empresas de pagamentos, as chains próprias focam em experiência e recursos de stablecoins e compliance.
Pontos importantes para blockchains proprietários: L1s são mais complexos, custosos e dependem menos de efeitos de rede, porém garantem controle total de escalabilidade, privacidade e UX. O Stripe, por exemplo, poderia embutir privacidade nativa e customizar consenso para alto volume e baixa latência.
Desafios do L1: levantar capital para garantir a segurança. O EigenLayer democratiza acesso à segurança robusta, acelerando inovação e reduzindo riscos de insucesso.
O L2 é o meio-termo ideal — permite controle operacional por meio do sequenciador único, acelera desenvolvimento e entrega performance confiável, com receita capturada. É mais fácil lançar L2 no Ethereum usando RaaS ou L2 federados como a Superchain, que fornecem infraestrutura e comunidade pronta.
PayPal pode usar o OP Stack para criar uma superchain de pagamentos, otimizando PYUSD para transferências instantâneas (Venmo, por exemplo), com taxas baixas e herança da segurança do Ethereum. O uso de RaaS como Alchemy e Syndicate permite lançamentos em semanas.
A opção mais simples é usar smart contracts em blockchains já consolidados (como Solana), que oferecem escala, usuários e ativos atrativos.
Quão permissionless deve ser uma solução? O poder dos blockchains está na composability: combinar e remixar protocolos para resultados superiores.
Se a aplicação ou rede for permissionada, a composabilidade fica limitada e as inovações espontâneas diminuem. No caso PayPal, construir uma chain aberta e permissionless atrai desenvolvedores, amplia o uso e monetiza o diferencial competitivo, pois mais usuários geram mais atividade e receita.
Em L1s, validadores cuidam de consenso e ordenação; em L2s, o sequenciador assume boa parte desse papel, permitindo alta performance e mantendo segurança do L1. Sequenciadores únicos (Soneium) viabilizam controle de latência e podem bloquear operações indesejadas.
Frameworks modulares como OP Stack ajudam a ampliar receita e utilidade dos produtos — PayPal, por exemplo, poderia vincular PYUSD à economia do L2 e capturar taxas de transação como sequenciador. Com alterações no OP Stack, PYUSD poderia ser usado para “gas”, tornando operações gratuitas para usuários e estimulando novos casos como transferências Venmo e remessas. Também pode incentivar desenvolvedores com taxas baixas e cobrar por integrações premium.
Bancos, gestoras e fintechs enfrentam dúvidas diante da velocidade do setor cripto. Algumas recomendações:
Blockchain pode — e deve — ser infraestrutura central para preparar TradFi, abrir novos mercados, conquistar usuários e gerar novas receitas.
Agradecimentos aos seguintes colaboradores: Sonal Chokshi, Tim Sullivan, Chris Dixon, Ali Yahya, Arianna Simpson, Anthony Albanese, Eddy Lazzarin, Sam Broner, Liz Harkavy, Christian Crowley, Michele Korver e David Sverdlov pelos comentários e sugestões.
Pyrs Carvolth é líder de negócios na equipe de go-to-market da a16z crypto, apoiando a expansão da rede corporativa da a16z e as empresas do portfólio. Atuou anteriormente na DraftKings (Web3), ações e derivativos na Jefferies.
Maggie Hsu lidera o go-to-market da a16z crypto. Com experiência em Amazon Managed Blockchain (AWS), AirSwap, Zappos.com, Hilton Worldwide e McKinsey & Company.
Guy Wuollet é sócio de investimentos da a16z crypto, especialista em todos os níveis do stack cripto. Antes, pesquisador junto à Protocol Labs, com foco em protocolos de redes descentralizadas.
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